INTRODUÇÃO
Procuramos
pesquisar os tipos de influências causadas nas crianças pelos os
desenhos animados, e se essas influências interfere no comportamento
e como isso ocorre. Foi possível perceber também como os
responsáveis por essas crianças reagem a essa influencia no
comportamento.
1. JUSTIFICATIVA
O grupo escolheu o tema “Desenhos animados e sua influência comportamental na infância” pois está diretamente ligado às crianças, as quais todos os integrantes do grupo possui algum contato, mesmo que mínimo. Outro fator que influenciou na escolha do tema foi a curiosidade em comprovar que, se não todos, a maioria dos desenhos animados têm influências tanto positivas quanto negativas no comportamento das crianças, dependendo também do gênero do desenho. Para isso resolveu aprofundar no assunto e coletar dados para comprovar os verdadeiros fatos dessa influência ocorrida (ou não).
2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é identificar a influência dos desenhos animados na vida das crianças de Bauru e Pederneiras, verificar se essas influências, em sua maioria, são boas ou más, reconhecer a postura dos pais ou responsáveis em relação à situação e constatar as atitudes e posturas das crianças que sofrem/recebem a influência.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA
População
População
de Bauru e Pederneiras
366.992
habitantes de Bauru.
44.498
habitantes de Pederneiras.
Total
da população: 411.49
habitantes.
Amostra
150
habitantes distribuídos entre as respectivas cidades.
4.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Texto
1
4.1 Desenhos animados: boa ou má influência
Os
desenhos animados preparam a mente das futuras gerações para
lidarem com os problemas de forma mais natural do que as gerações
anteriores.
Na
generalidade dos casos, as crianças começam a ver desenhos
animados, a partir dos 2 anos. Aos 6 anos, 90% das crianças já são
as clientes nº1 da televisão e entre os 6 e os 11 anos são as sit
com que vão conquistando a sua atenção.
As
crianças identificam-se, desde cedo, com desenhos animados, porque
cada ação é destacada por efeitos sonoros particulares, que
pretendem ajudar a sua compreensão e captar a sua atenção, pois
como as crianças tão depressa estão atentas a uma coisa como de
repente deixam de estar, o som vem ajudá-las a estar mais atentas.
Esta dificuldade que a criança tem em estar atenta deve-se, na sua
maioria, ao conteúdo dos programas, que muitas vezes não são
totalmente compreensíveis para elas. As crianças conseguem captar
apenas uma parte do que veem e, não compreendendo ações longas, as
intenções e mensagens dos personagens escapam-lhes em parte.
Quando
assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que
concluam à sua maneira que “é o mais forte que tem razão“.
Porém, há uma coisa que compreendem sem dificuldade – obtém-se o
que se pretende quando se detém o poder.
Os
primeiros desenhos animados de ação e aventura (e violência) que
apareceram em Portugal, se bem me recordo, foram os Power Rangers, o
Dragonball e o Pokémon, substituindo a Rua Sésamo e o Jardim da
Celeste, entre outros. Muito provavelmente, estes desenhos animados
ganharam muito mais atenção, pois na altura eram novidades e as
crianças eram estimuladas para a aventura e também, de forma
discreta, para identificarem o bem e o mal. Mas não será muito cedo
para uma criança de 6 anos começar a perceber que o mundo não é
perfeito?
Eu
adorei a Rua Sésamo, o Jardim da Celeste, Era uma vez o corpo
humano, e tantos outros que nos “convidavam” para o mundo da
fantasia e com os quais eu podia ser uma criança bem formada, pois
aprendia ao mesmo tempo. Mas mesmo eu fui influenciada pela novidade
dos Power Rangers (principalmente), pelas cores que eles usavam,
pelos monstros que derrubavam e pelas pessoas que salvavam. Eram os
heróis e eu acreditava mesmo que eles existiam e queria ser como
eles! É de notar que as crianças da geração dos Power Rangers
imitam os movimentos das lutas ninja e batem em quem consideram mau,
dando pontapés e murros. Os Power Rangers não só dizem aos miúdos
que as lutas são aceitáveis, como também lhes dizem que as lutas
resultam. Pesquisas efetuadas acerca destes desenhos animados afirmam
que estes novos heróis não são modelos apropriados para as novas
gerações, que são muito influenciáveis. Os Power Rangers são
seres humanos atuais que vão à escola e têm, aparentemente, vidas
normais. Pelo facto de serem reais e não cartoons animados como, por
exemplo, o Super-homem, é grande a sua influência nas crianças que
esperam poder ser exatamente como eles.
Poderão
estes programas influenciar o comportamento das crianças?
Centenas
de pesquisas, realizadas a partir dos anos 60 – estudos
experimentais em pequenos grupos de crianças, bem como vastas
investigações efetuadas em meios diversos, utilizando técnicas
muito variadas, convergem na conclusão de que as crianças que vêem
muita televisão são mais agressivas do que as que veem pouca, ainda
para mais se estes desenhos animados forem violentos. Os espetáculos
violentos não afetam apenas o comportamento da criança, como também
as suas crenças e valores. No geral, as crianças que veem muita
televisão temem mais a violência do mundo real e, em contrapartida,
outras ficam insensíveis a essa violência, choca-as menos e reagem
a ela com menor intensidade.
Estas
demonstrações impressionam e afetam as crianças, pois sugerem-lhes
que combater os vilões do mal, que tentam tomar conta do mundo, com
técnicas ninja espetaculares é certo e dessensibiliza os mais novos
acerca da violência, do choque e do terror de ver alguém a ser
agredido.
A
quantidade de violência presente nestes desenhos animados é
consideravelmente mais elevada do que nos programas destinados a
adultos em horários de grande audiência. Um estudo revelou que
havia, em média, 26 atos de violência por hora nos programas
infantis, apenas 5 nos programas dirigidos ao público em geral e 9
nos considerados Criança a ver tv impróprios para menores de 14
anos. Os desenhos animados “de ação e de aventura” relatam, de
fato, “questões de poder”. Para nós adultos, estes programas
infantis não têm “violência”, mas temos que olhar para a
criança de 5/6 anos que os vai ver e absorver à sua maneira e
pensar se vale a pena estar a sujeitá-la a tal.
É
muito importante ter em conta que todos, enquanto pais, irmãos,
tios, primos, vizinhos, temos que ter/dar atenção a estes desenhos
animados e ponderar se vale a pena correr o risco de expor a criança
a tal violência, analisando se é algo bom ou mau para o seu
desenvolvimento no futuro, ou se é preferível deixar que a criança
seja, de fato, criança, enquanto pode!
Comentário
Manter
uma criança atenta a alguma atividade nunca foi uma tarefa fácil e
os canais que transmitem desenhos animados reconhecem essa
dificuldade e para conseguir esse feito utilizam de sons altos e
músicas que mantém a atenção da criança presa a tela da
televisão.
Os
desenhos animados conseguem em sua maioria influenciar a criança a
realizar algumas atitudes no cotidiano, e muitas dessas atitudes ela
aprendeu enquanto assistia um desses programas. Durante essa fase da
vida é normal que a criança se sinta atraída por desenhos com
super-heróis e vilões se enfrentando para decidir quem vai vencer,
porém os responsáveis devem sempre ficar atentos nos impactos do
excesso de consumo desses programas, já que a criança não tem
discernimento o suficiente para isso.
Texto
2
4.2 Como o desenho animado pode influenciar seu filho?
Ao
analisar os desenhos animados veiculados, durante uma semana, por
seis emissoras de TV aberta no Brasil, a Organização das Nações
Unidas (ONU) constatou, em 1998, que, a cada 60 minutos, 20 crimes
eram exibidos – a maioria apresentava situações de lesão
corporal e homicídio. Em apenas uma semana, a televisão veiculou
imagens de 1.432 atos de violência. Isso sem contar as situações
de preconceitos raciais e sexuais.
No
mesmo ano, o Ministério da Justiça ouviu duas mil famílias sobre a
qualidade da programação da TV. De cada 100 pais, 80 acreditavam
que a televisão exercia forte influência na formação dos seus
filhos, sendo que para 41% deles esta influência era negativa.
Mas
será que essa influência precisa ser sempre negativa? O Laboratório
de Pesquisa sobre Infância, Imaginário e Comunicação, ligado à
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP),
realizou o estudo “Desenho animado na TV: mitos, símbolos e
metáforas” e concluiu que os desenhos podem ser eficiente
instrumento pedagógico para transmitir valores éticos e morais. E
mais: que eles deveriam ser incorporados ao dia-a-dia das escolas e
da família para promover discussões e reflexões entre crianças e
adolescentes. Afinal, inegavelmente, os desenhos animados agradam,
divertem e exercem influência na vida e no comportamento de crianças
e jovens, que assistem por horas a fio à programação de TV. O
debate é amplo e instigante.
Veja
a opinião de três especialistas:
Rui
de Oliveira – Ilustrador e animador de cinema.
"Diante
das séries de desenhos animados, seria realmente uma ingenuidade não
admitir os aspectos ideológicos e colonizadores destas séries. Elas
não são inteiramente inocentes. Do ponto de vista da propaganda
etnocultural, nada se equipara ao anime, cinema de animação
japonês, com sua parafernália de bonecos e jogos eletrônicos,
encobertos por conceitos superficiais de amizade, heroísmo ativista
e frases espiritualistas. Trata-se de um conto de fadas pervertido e
glamourizado pela tecnologia. Só mesmo muita ingenuidade para não
perceber a face dura e liberal de uma nova forma de ditadura: a
cultural. As festas de Halloween e suas abóboras desdentadas, por
exemplo, não ficaram populares no Brasil, entre as crianças de
classe média, apenas pela presença dos cursos de inglês. Na
realidade, sua difusão ocorreu, principalmente, em virtude das
séries de desenhos animados americanos na televisão brasileira."
Elza
Pacheco – Coordenadora do Laboratório de Pesquisa sobre Infância,
Imaginário e Comunicação (Lapic), da USP.
"A criança não é boba. Ela sabe exatamente que os desenhos
são uma cópia da realidade. E de forma nenhuma os cartoons chegam a
influenciar negativamente o seu comportamento, salvo raras exceções.
Fiz um estudo e concluí que as crianças gostam de desenho animado,
pois, por meio dele, elas desafiam as regras que o adulto lhe impõe
no seu dia-a-dia e substituem o tempo métrico, que é real, pelo
tempo psicológico que lhe permite libertar-se da gravidade, ficar
invisível, e, assim, comandar o universo por conta própria. Os
desenhos animados refazem mitos, símbolos e metáforas que atingem a
subjetividade das crianças, auxiliando-as a solucionar seus
conflitos internos por meio de narrativas que tratam do nascimento,
da vida, da morte, do mocinho e do bandido."
José
Inácio Parente – Psicólogo e produtor cultural
"Existe
história mais violenta do que a de um casal que abandona os filhos,
João e Maria, na floresta para morrer de fome até serem presos por
uma bruxa que os quer comer fritos? E a Branca de Neve e a
feiticeira? E a Cinderela abandonada às cinzas, Rapunzel presa na
torre ou a Bela Adormecida dormindo por anos a fio à espera de um
príncipe encantado? E a história de um lobo mau que come as
crianças com disfarces de vovozinha? As crianças não se cansam de
ouvir essas histórias. Curiosamente os contos de fadas e anjinhos
amorosos, lindos como um jardim florido com pássaros, nunca
prenderam a atenção de ninguém. Creio que a influência dos
desenhos animados depende, de um lado, do meio familiar, escolar e da
comunidade em que vive a criança. De outro lado, da saúde
psicológica de cada um. Crianças e adolescentes saudáveis podem
ter benefícios psicológicos de filmes, desenhos e jogos com trama
violenta ou de sexo, desde que tenham um ambiente e uma comunidade
também saudáveis. Uma coisa é certa: a exposição excessiva às
cenas de sexo, violência e morte trazem uma inevitável banalização
do amor e da vida, tanto no adulto quanto nas crianças, uma
banalização que nos defende do sofrimento e do medo, mas também
nos dessensibiliza."
Comentário
Os
desenhos animados desde muitas décadas atrás trazem uma influência
negativa sobre a vida das crianças, elas criam um mundo imaginário
em suas cabeças pensando como se ele fosse real mais na verdade não
passa de um conto de fadas, e muitas vezes os pais não percebem a
maldade que esta envolvida por trás de um desenho animado, além de
trazer mudanças no comportamento de algumas crianças não só no
seu modo de ser, alguns desenhos animados mostram um jeito agressivo
que acaba influenciando no comportamento dos pequenos depois.
Texto
3
4.3 As crianças e a violência na televisão
Ana
Lúcia de Oliveira Morais
4º
Ano do Curso de Comunicação Social
1–
CARACTERÍSTICAS DA VIOLÊNCIA NOS MEDIA
1.1-
A MENSAGEM DOS MEDIA
Há
uma ligação óbvia entre a ocorrência de violência na Sociedade e
a tematização e representação da mesma nos media. Mas qual a
natureza da ligação? Que causalidade é envolvida? Os media
espelham simplesmente a violência real da sociedade? Ou causam-na e
contribuem para ela?
Uma
mensagem preocupante que a Televisão nos vende progressivamente é a
de que a violência é aceitável. A Televisão diz que a violência
é trivial, lugar-comum, de todos os dias, mundana. Faz parte da
vida, é normal. É parte da nossa cultura moderna. E também pode
ser divertida (de uma forma doentia e irônica).
A
Televisão também ensina algo ainda mais corruptível – que a
inteligência está fora de moda e que a força bruta é que está a
dar. A moralidade está ultrapassada. As polícias são estúpidos e
os criminosos é que são os espertos. Há uma selva lá fora,
envolvendo homens, mulheres e crianças e, no entanto, está tudo
bem.
Vivemos
numa era de crimes progressivos de violência contra pessoas e
propriedades, desde o abuso de crianças a esposas (ou maridos),
violência nos jogos de futebol, vandalismo contra idosos ou outras
pessoas indefesas por um simples punhado de moedas.
A
Televisão é simplesmente a nossa maior influência. Muitos jovens
praticaram milhares de crimes representados na Televisão quando
atingiram a idade de 18 anos. Não é despropositado assumir, fazendo
um balanço de probabilidade, que esta preocupação com a violência
está intimamente ligada a efeitos prejudiciais.
1.2-
O IMPACTO DAS CENAS VIOLENTAS
A
violência na Televisão é enfeitiçadora e memorável. Uma cena que
dura apenas alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um
programa – pode ser recordada a longo prazo mais do qualquer outra
cena da história. A violência possui uma mensagem muito contagiosa
e produz frequentemente um efeito direto.
As
crianças imitam frequentemente as cenas violentas dos filmes.
As
crianças imitam o que veem. Elas transformam isso em jogos, magoando
outras crianças. A violência brutaliza. Torna as pessoas rudes e
deprime os outros. O seu impacto é aniquilador e corruptível. A
violência na Televisão não é só agressão infantil física ou
verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas diretas e
sérias de agressão. Por exemplo, disparar um revólver sobre
alguém, atacar uma vítima com uma faca, atear fogo num edifício,
cortar alguém com uma garrafa partida são cenas drásticas
produzidas para dar efeitos visuais.
A
arma de fogo é um dos instrumentos mais presentes nos filmes de
violência.
Alguns
produtores de Televisão, diretores de filmes, riem das preocupações
acerca da violência. Dizem: "É realista. Reflete a realidade.
É o que os espectadores querem. Não precisa de ver isso, precisa?
Pode sempre desligar o televisor".
Mas
não se tem muita escolha, principalmente quando estas cenas não são
esperadas. Não se compra um televisor para mantê-lo desligado. Não
se pode “desligar” a mente ou abster-se de algo desagradável que
está a ser transmitido a cada momento. Os pais não podem estar
presentes a todo o instante para assistir com as crianças aos
programas infantis durante as horas que elas dispõem, nem devem.
2-
OS DESENHOS ANIMADOS
Em
geral, as crianças começam a ver Desenhos Animados aos dois anos.
Aos 6, aproximadamente, 90% das crianças já são clientes habituais
da Televisão. Entre os 6 e os 11 anos são as situation comedies
(sit com) que vão conquistando os seus favores.
As
crianças mais novas veem os desenhos animados porque eles são
“codificados” de uma forma nítida, isto é, cada ação é
sublinhada por efeitos sonoros particulares, que visam ajudar a sua
compreensão e captar a sua atenção. E, como a atenção das
crianças tem dificuldade em fixar-se, os códigos sonoros vêm
ajudá-las a estar atentas.
Na
maior parte do tempo, se a atenção das crianças tem dificuldade em
fixar-se é porque o conteúdo dos programas não lhes é totalmente
compreensível. As crianças captam apenas uma parte do que veem. Não
conseguem compreender as sequências longas; as motivações e
intenções dos diferentes personagens escapam-lhes em parte. Mas,
sobretudo, não são capazes de fazer deduções nem de compreender o
que está implícito.
Quando
assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que incluam
à sua maneira que “é o mais forte que tem razão”. Em
contrapartida, têm dificuldade em compreender as mensagens mais
subtis e em perceber que certas ações são mais justificadas do que
outras. Inversamente, compreendem sem dificuldade que se obtém o
que se pretende quando se detém o poder. Esta mensagem é ainda mais
marcada nos Desenhos Animados “de ação e de aventura”, que
substituíram os espetáculos gravados em direto que, numa
determinada época, constituíram os programas destinados às
crianças. Demonstrou-se amplamente que a quantidade de violência
presente nestes era consideravelmente mais elevada do que nos
programas destinados a adultos em horários de grande audiência. Um
estudo recente revelou que havia, em média, 25 atos de violência
por hora nos programas infantis e apenas 5 nos programas de grande
audiência. Os desenhos animados “de ação e de aventura”
relatam, de facto, “questões de poder”.
Influenciarão
estes programas o comportamento das crianças? Centenas de pesquisas,
realizadas a partir dos anos 60 – estudos experimentais em pequenos
grupos de crianças, bem como vastas investigações efetuadas em
meios diversos, utilizando técnicas muito variadas –, convergem na
conclusão de que as crianças que veem muita Televisão são mais
agressivas do que as que veem pouca. Os espetáculos violentos não
afetam apenas o seu comportamento, mas também as suas crenças e
valores. Por exemplo, em geral, as crianças que veem muita Televisão
temem mais a violência do mundo real. Em contrapartida, outras ficam
insensíveis a essa violência; choca-as menos e reagem a ela com
menor intensidade.
Por
outro lado, os programas destinados às crianças apresentam os
homens e as mulheres em papéis estereotipados, acabando as crianças
que estão habituadas a passar horas em frente à Televisão por
reproduzir esses esquemas.
Existem
alguns Desenhos Animados, cujos conteúdos são altamente violentos.
Deste tipo encontram-se o "Dragon Ball", o "Pokémon"
e os "Power Rangers".
O
Dragon Ball trata da história de uma personagem, o Songoku, que tem
como missão lutar contra os seres do mal, que pretendem invadir a
Terra ou destruir outros planetas. Esta personagem, bem como os seres
do mal são dotados de força e possuem poderes sobrenaturais.
Antes
do confronto entre as personagens do bem e do mal, a personagem
principal, Songoku, terá de fazer treinos, que consistem em lutas
marciais, para melhor poder enfrentar as personagens más. Nas lutas,
os poderes sobrenaturais e a força são frequentemente evidenciados.
Depois de passar grandes dificuldades, o bem triunfa sempre sobre o
mal.
Cada
vez que é derrotado o personagem mau, Songoku terá pela frente uma
batalha ainda mais difícil, pelo que a sua preparação terá de ser
cada vez mais cuidada. Assim, como se pode verificar a destruição
do mal passa por um ambiente de lutas e de poder e é nisto que
consiste basicamente a história do Dragon Ball.
Em
relação ao "Pokémon", poder-se-á dizer que os pokémons
são pequenos monstros que habitam a ilha de Pokémon. Têm ataques
especiais e mágicos que podem usar contra os seus adversários numa
luta de pokémons. A história começa quando um rapaz de 10 anos
chamado Ash Ketchum da cidade de Pallet recebe o seu primeiro
pokémon, sendo o seu grande sonho tornar-se o melhor treinador de
pokémons do mundo!
Ainda
em relação a estes Desenhos Animados, encontramos um site na
Internet cuja introdução alertava as crianças para não imitarem
quaisquer das cenas retratadas no "Pokémon", o que leva a
crer tratar-se de Desenhos Animados um tanto perigosos para algumas
das mentes mais sensíveis das crianças.
Por
fim, os "Power Rangers" consistem na história de um grupo
de 5 adolescentes que foram incumbidos da tarefa de proteger a Terra
das ameaças de extraterrestres do Espaço. Estes adolescentes usam
dispositivos conhecidos como Morphers, que lhes dão energia para se
transformarem em Power Rangers.
As
crianças são cativadas pela fantasia das lutas ninja e pelo poder
dos protagonistas. Os Power Rangers tem como função salvar a Terra
dos vilões do mal. Quando algo falha, estes juntam-se para formar
máquinas de combate ainda mais poderosas. Em cada episódio os
Rangers estragam os planos ao inimigo e tornam-se como heróis para
as crianças.
Pesquisas
efectuadas acerca destes Desenhos Animados afirmam que estes novos
heróis não são modelos apropriados para as novas gerações, que
são muito influenciáveis. Os Power Rangers são seres humanos
atuais que vão à escola e tem, aparentemente, vidas normais. Pelo
facto de serem reais e não cartoons animados como, por exemplo, o
Superhomem, é grande a sua influência nas crianças que esperam
poder ser exactamente como eles.
As
crianças da geração dos Power Rangers imitam os movimentos das
lutas ninja e batem nos rapazes que consideram maus, dando pontapés
e murros. Os Power Rangers não só dizem aos miúdos que as lutas
são aceitáveis, como também lhes dizem que as lutas resultam.
Estas
demonstrações impressionáveis afetam as crianças em idades
igualmente impressionáveis. Não só sugere às crianças que
combater os vilões do mal, que tentam tomar conta do mundo, com
técnicas ninja espetaculares é certo, como também dessensibiliza
os mais novos acerca da violência, do choque e do terror de ver
alguém a ser agredido.
Havendo
crianças a tornarem-se dessensibilizadas da violência física em
idades precoces da sua vida, elas começam a desenvolver uma
tolerância a esse tipo de violência e precisarão de cada vez mais
violência para serem entretidas.
3–
OS JUÍZOS MORAIS DAS CRIANÇAS EM RELAÇÃO A PERSONAGENS DE
TELEVISÃO
3.1-
A SIMPATIA OU A REPULSA PELAS PERSONAGENS
Um
estudo levado a cabo por cientistas concluiu que, em Televisão, o
grau de moralidade de determinada ação depende de quem a realiza:
uma conduta é julgada moral ou imoral conforme é tida por uma
personagem que se admira ou de quem se gosta ou por uma personagem
antipática e de quem se desconfia. Assim, as reações que,
normalmente, seriam entendidas como “imorais”- chantagem,
homicídio, arrombamento, etc.- tornam-se aceitáveis se são
realizadas por alguém que goza da simpatia do público.
Sendo
assim, uma ação é considerada moral ou imoral em função de quem
realiza, e não do que é realizado. Os valores morais da Televisão
são veiculados pelas personagens. Há os bons e os maus; os bons não
podem fazer mal; os maus não podem fazer bem. Estas simplificações
afiguram-se nos familiares; é a visão moral de uma criança de 5
anos.
No
que diz respeito aos Desenhos Animados, uma grande quantidade de
violência, presente neste tipo de programas, afeta de forma bastante
significativa as crianças. E esta influência pode acompanhá-las
até uma idade muito avançada e, mais tarde, levar a uma confusão
acerca da violência. As crianças podem ser levadas a pensar que se
magoarem ou matarem alguém essas pessoas regressarão à vida. E que
se baterem em alguém com um objeto, como acontece nos Desenhos
Animados em que as suas personagens favoritas levantam-se e continua
tudo bem, essas pessoas não ficarão magoadas.
3.2-
OS AUTORES DE ATOS AGRESSIVOS E AS VÍTIMAS
Nem
todos as personagens autores de agressão incluem as características
necessárias para serem vistos como modelos. Segundo Bandura (1994),
os personagens atrativos têm mais probabilidade de funcionar como
modelos e as pesquisas neste domínio têm mostrado que a
atratividade de um modelo é maior quando se trata de um herói,
quando o seu comportamento pode ser visto como altruísta e quando
possui características sociodemográficas semelhantes às do
espectador. Estes fatores facilitam a identificação dos
espectadores com os personagens, e a identificação facilita a
desinibição da agressão.
Enquanto
as características dos autores de atos agressivos são importantes
como mediadores da aprendizagem e facilidade da agressão, as
características das vítimas são importantes para a compreensão
dos efeitos da violência na televisão a nível da construção do
medo e do sentimento de insegurança. Quanto maior a atratividade da
vítima, o seu altruísmo, o seu carácter heroico e a presença de
outros fatores que facilitam a identificação, maior a probabilidade
de os espectadores partilharem as experiências emocionais das
vítimas e, consequentemente, desenvolverem um sentimento de
vitimação e medo.
4-
EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DO VISIONAMENTO DE VIOLÊNCIA TELEVISIVA NAS
CRIANÇAS
4.1-
O PROCESSO DE IMITAÇÃO
Inúmeros
estudos e investigações têm sido realizadas sobre o problema dos
efeitos das mensagens violentas pelos mais media, particularmente a
Televisão, sobre as crianças. Na realidade, as crianças fazem
parte do público mais assíduo dos programas televisivos onde,
tantas vezes, são projetados filmes que tomam a violência como um
lugar comum. Se analisarmos essas cenas de violência, física ou
moral, veiculada pelos filmes, em emissões televisivas e notícias
jornalísticas, bem como o tempo médio que as crianças consagram a
esses espetáculos,
poder-se-á
concluir que estas sofrem a influência da violência difundida nas
mensagens.
A
Televisão constitui um objeto de culto para as crianças. Está cada
vez mais a substituir o papel dos pais. É uma espécie de
"babysitter" eletrônica que desperta a atenção da
criança, acalmando a sua impaciência e irritabilidade.
A
questão fundamental que se põe a partir desta realidade é saber,
afinal, se a violência contida nas mensagens veiculadas pelos meios
de comunicação social terá de fato um efeito negativo no
comportamento das crianças.
As
crianças utilizam o televisor para se divertirem e não para se
instruírem. À medida que vão contactando com este poderoso
aparelho, vão interiorizando modelos de comportamento e mesmo
valores que tendem a imitar. Este fato pode tornar-se perigoso pelo
simples fato de a criança não ver na Televisão o seu próprio
mundo nem mesmo uma representação real do mundo que a rodeia.
As
crianças imitam muitas vezes cenas de violência que veem na
Televisão nos seus jogos com resultados catastróficos. Vendo atos
de agressão, as crianças aprendem a ser agressivas das mais
variadas formas, retirando conclusões sobre o fato de se ser
agressivo trazer recompensas. Crianças que veem personagens de
Televisão a conseguirem o que querem através da violência estão
mais aptas a imitar esses comportamentos.
Pesquisas
revelam que as crianças, principalmente aquelas que se encontram em
situação de “risco”, têm desenvolvido patologias, tendo
surgido diversos fenômenos mórbidos tais como obesidade ou anorexia
nervosa, atividade cerebral prejudicada, problemas profundos na
linguagem, impossibilidade de se deslocar no espaço real,
agressividade, alcoolismo, drogas. Os homicídios no meio escolar
também estão relacionado à Televisão.
Outras
demonstram que o visionamento de programas violentos está
relacionado com o papel menos imaginativo e mais imitativo, no qual a
criança simplesmente imita, através de gestos, atos agressivos
observados na Televisão. Além disso, muitas produções dos media
que regularmente retratam violência, também promovem brinquedos
baseados em programas, os quais encorajam as crianças a imitar e
reproduzir, nas suas brincadeiras, comportamentos vistos na Televisão
ou nos filmes. Nestas situações, o papel imaginativo e criativo das
crianças é debilitado, roubando, por isso, às crianças os
benefícios de um desenvolvimento eficaz. A publicidade baseada em
brinquedos cria nas crianças um desejo insaciável de possuir este
tipo de produtos. Estas começam a acreditar que serão incapazes de
brincar sem os suportes específicos vistos na Televisão.
Assim,
no seu comportamento, as crianças imitam estas personagens
reforçadas de comportamentos agressivos e ensaiam as palavras
destas, sem qualquer pensamento criativo ou reflexivo. Crianças que
observam repetidamente nos media comportamentos violentos ou
agressivos para resolver problemas tendem a ensaiar o que veem e
imitar esses comportamentos em conflitos da vida real.
Em
resumo, crianças que são espectadoras assíduas de violência nos
media aprendem que a agressão é um meio bem-sucedido e aceitável
para atingir fins e resolver problemas; ficam menos aptas a
beneficiar de desempenhos criativos e imaginativos como meios
naturais de exprimir sentimentos e tornam-se crianças mais
irritadas.
A
apresentação da violência pode provocar violência. Quanto mais
frustrada ou descontente se sente a criança quando assiste a atos de
violência no écran, tanto mais corre o risco de cometer um ato de
agressão. As probabilidades aumentam se a violência à qual assiste
aparece como justificada, ou seja, se o “bom” ataca o "mau".
Quanto mais inesperada for a violência, tanto mais age sobre o
espectador, sem o levar necessariamente a um ato de agressão e
quanto mais vezes a violência aparecer sob a forma facilmente
imitável, tanto mais incitará a imitação.
Rapaz
segurando uma arma de brincar enquanto vê os Desenhos Animados.
A
nível televisivo, poder-se-á falar de efeitos de violência
auditiva, visual e verbal. As crianças têm medo, como um efeito
imediato muito frequente, causado pela apresentação da violência
nos meios de informação. O mesmo se passa com a violência verbal.
Os barulhos violentos, quer sejam ou não acompanhados de imagens
violentas, podem provocar um choque nervoso.
A
maneira de apresentar a violência (cena realista, grandes planos), o
fato de se desencadear num contexto conhecido pela criança ou em
condições inesperadas aumentam o risco de traumatismo (fadiga
psíquica, nervosa, pesadelos e insônia).
Poderá
também ter efeitos a longo prazo. Há tanta razão para nos
preocuparmos com as crianças que não ficam assustadas com a
violência como as que ficam.
Estudos
americanos têm confirmado um aumento notável no número de atos
violentos direcionados a crianças. Tem havido um aumento da
quantidade e severidade de atos violentos observados pelas crianças
através dos media, incluindo os filmes de Televisão, jogos de
computador e vídeos e um aumento da manufatura e distribuição de
armas e brinquedo e outros produtos diretamente ligados à
programação violenta. A NAEYC, uma organização americana que lida
com problemas infantis, acredita que a tendência em direção ao
aumento da representação de violência proveniente dos media põe
em risco o desenvolvimento saudável de grande número de crianças
americanas.
4.2-
OS EFEITOS DO VISIONAMENTO DE VIOLÊNCIA NA TELEVISÃO
É
de salientar que muita da violência é vista em programas
“realistas” e de Desenhos Animados, mas os cientistas sociais têm
mostrado que em todas as formas de programação violenta há três
possíveis efeitos do visionamento de violência na Televisão: as
crianças podem tornar-se menos sensíveis à dor e ao sofrimento dos
outros, são capazes de ter mais receio do mundo que as rodeia e têm
mais tendência a comportarem-se de uma maneira agressiva e
prejudicial em relação aos outros.
As
crianças podem desenvolver pontos de vista distorcidos da sociedade,
porque mulheres, jovens e idosos não aparecem no écran como se nos
apresentam na vida real. Tópicos como o abuso de drogas, alcoolismo
e sexo podem criar na criança uma atenção mais precoce do que se
previa.
Estudos
americanos, no que diz respeito aos efeitos, utilizam os seguintes
termos:
Efeitos
Diretos;
Dessensibilização;
Síndroma
do mundo “mesquinho”.
O
processo dos Efeitos Diretos sustenta que crianças e adultos que
veem uma grande quantidade de Televisão podem tornar-se mais
agressivos e/ou desenvolver atitudes e valores favoráveis ao uso da
agressão para resolver conflitos. As crianças copiam frequentemente
personagens e comportamentos e conseguem lembrar-se de maneiras
agressivas de vencer, provenientes da Televisão, usando-as em
situações posteriores.
O
segundo efeito, Dessensibilização, diz que as crianças que veem
uma grande quantidade de violência na Televisão podem tornar-se
menos sensíveis ao mundo real, menos sensíveis à dor e ao
sofrimento dos outros e mais predispostas a tolerar os níveis cada
vez maiores de violência na nossa sociedade. As crianças não se
apercebem que as ações violentas podem magoar alguém ou elas
próprias. Podem, também, não mostrar sensibilidade quando outras
são magoadas ou estão aflitas e consideram a violência algo
normal, porque toda a gente o faz.
O
terceiro efeito, o Síndroma do Mundo “Mesquinho”, sustenta que
crianças ou adultos que veem uma grande quantidade de Televisão
podem começar a acreditar que o mundo é tão mesquinho e perigoso
na vida real como na Televisão e, por isso, começam a ver o mundo
dessa forma. As crianças podem adquirir medo de serem roubadas,
esfaqueadas, mutiladas ou alvejadas, o que as impede de fazerem
certas coisas. Podem recear que a sua família possa ser magoada por
situações que elas veem nos boletins informativos, tais como
incêndios, terramotos massacres familiares. Podem, ainda, ter
problemas de sono, depois de verem imagens de fogos, roubos noturnos
e mortes.
De
salientar que pesquisas efetuadas suportam os três tipos de efeitos
já mencionados e cada um pode operar independentemente do outro.
5-
FATORES MODERADORES DOS EFEITOS DA VIOLÊNCIA NA TELEVISÃO
Uma
vez que muitos dos estudos sobre os impactos da violência filmada
foram realizados com crianças e que os Desenhos Animados ocupam um
largo espaço na programação infantil, os investigadores quiseram
saber se este tipo de programas teria mais ou menos impacto do que
filmes com personagens reais. Bandura, em 1963, concluiu que um
modelo “tipo desenho animado” não tinha menos impacto que
modelos "realistas" filmados ou com presença ao "vivo".
Numa revisão de literatura realizada por Hapkiewicz (1977)
constata-se que os estudos sobre esta questão não permitem concluir
se os Desenhos Animados podem ou não ter mais impacto do que os
"filmes realistas". A questão parece, assim, residir não
na "natureza" (desenhos animados ou personagens humanas) do
filme, mas na sua percepção como realista ou não, na atractividade
dos heróis e na semelhança percebida entre o herói e o espectador.
5.1-
A VIOLÊNCIA JUSTIFICADA E INJUSTIFICADA
O
significado justificado ou não da violência exibida foi desde cedo
considerada uma variável crítica na moderação dos efeitos da
violência filmada: a violência apresentada como justificada
(retaliação ou auto-defesa) apresenta mais impactos do que a
violência não justificada (Berkowitz e Geen, 1967). Uma revisão de
literatura envolvendo cerca de duzentos trabalhos sobre esta questão
viria a confirmar a solidez dos resultados iniciais (Paik e Constock,
1994). Da mesma forma, a violência moralmente justificada (por
exemplo, um herói que agride alguém para proteger um terceiro) tem
efeitos de desinibição da agressão (Jo e Berjkowitz, 1994).
Note-se, no entanto, que alguns estudos parecem mostrar que a
violência injustificada provoca mais medo do que a violência
justificada - aquela que é usada para proteger outra pessoa ou a
restituição pelo dano causado - (Bryant et al.,1981). Assim,
enquanto a primeira terá efeitos na construção paranoide do mundo,
a segunda terá efeitos sobre a aquisição de respostas agressivas.
5.2-
A INTERPRETAÇÃO MORAL DAS CRIANÇAS ACERCA DA VIOLÊNCIA TELEVISIVA
JUSTIFICADA E INJUSTIFICADA
Pesquisas
efetuadas acerca dos efeitos dos media concluíram que crianças que
veem violência proveniente de ficção consideram a violência
justificada como menos injusta, ao passo que as crianças que veem
uma grande quantidade de violência real consideram a violência
justificada com mais injusta.
Como
já foi referido, a exposição à violência na Televisão pode
resultar num comportamento agressivo, pois as crianças tendem a
imitar os atos violentos visionados nesta. Além disso, tornam-se
menos sensíveis à violência, adquirindo uma concepção do mundo
como um lugar medíocre e assustador.
No
entanto, alguns críticos encontram-lhe outros defeitos mais subtis:
a violência na televisão é um fator causal na diminuição dos
raciocínios morais nas crianças (entenda-se por raciocínio moral a
capacidade das crianças para fazer escolhas éticas quando
confrontadas com dilemas morais e a capacidade de articular razões
para essas escolhas). Não quer isto dizer que a Televisão impeça
totalmente o desenvolvimento de uma formação moral na criança.
No
que diz respeito à exposição à violência televisiva é mais
provável que esta afete de forma mais intensa os julgamentos morais
das crianças acerca de situações reais que sejam semelhantes às
que elas veem na Televisão (por exemplo, retardando a sua capacidade
de julgamento moral).
5.3-
AS PROBABILIDADES DE APRENDIZAGEM DE COMPORTAMENTOS VIOLENTOS
A
recompensa ou punição dos personagens autores de agressões tem,
naturalmente, efeitos diferentes na aprendizagem e imitação da
agressão. Como mostrou Bandura (e.g. 1986), a probabilidade de
aprendizagem de um comportamento reforçado positivamente é maior do
que a de um comportamento do mesmo tipo que é punido, sendo que a
ausência de punição é percebida como uma recompensa (Walters e
Parke, 1964). A pesquisa tem mostrado que a violência que não é
claramente punida não só tem efeitos sobre a aprendizagem da
normatividade dos comportamentos agressivos, como provoca mais medo e
ansiedade (Bryant et al.,1981).
A
gravidade das consequências da violência exibida foi também
estudada. Pode concluir-se, das pesquisas realizadas, que as imagens
violentas que mostram elevado sofrimento da vítima e as
consequências graves de tal tipo de comportamentos produzem
ansiedade nos espectadores e menor probabilidade de imitação (e.g.
Baron, 1971). A "violência feliz" (Gerbner, 1992), as
imagens violentas que não mostram o sofrimento das vítimas e a
gravidade das consequências da agressão, ou ainda aquelas que não
mostram a vítima, são mais facilmente imitadas.
6-
CONCLUSÃO
A
prevalência da violência na sociedade é um problema complexo que
não será resolvido facilmente. Investigadores referem
constantemente que a violência nos media é apenas uma manifestação
do grande fascínio da sociedade pela violência. Contudo, a
violência nos media não é apenas um reflexo da violência na
sociedade, é também um contributo. Se a nossa nação deseja
produzir gerações futuras de adultos produtivos que rejeitem a
violência como um meio de resolver problemas, temos de reafirmar o
papel vital do Governo em proteger os seus cidadãos mais vulneráveis
e, juntos, trabalhar para que os media façam parte dessa solução.
Comentário
Esse
texto relata de forma detalhada as consequências da exposição das
pessoas à violência diária que passa na televisão e como isso
pode prejudicar a saúde mental e gerar problemas psicológicos e
comportamentais. Os principais afetados retratados no texto são as
crianças que são constantemente expostas a essa violência nos
desenhos animados que assistem e muitas vezes os pais não tem
controle sobre isso. Estudos foram realizados para se aprofundar no
assunto e vários especialistas lançaram teses sobre isso
confirmando que existe uma influência dos desenhos no comportamento
das crianças quando as mesmas têm costume de assistir por muito
tempo TV, programas de “ação e aventura” sendo diversas vezes
os mais apontados quando se fala em incentivo a violência.
( ) Sim, violência
( ) Sim, palavrões
( ) Sim, desrespeito
( ) Sim, irritação no comportamento que antes era calmo
( ) Sim, outro aspecto negativo
( ) Não, nenhuma influência negativa
( ) Sim
( ) Não
( ) Depende o tipo de incentivo que ela tem a leitura
( ) Se houver controle dos pais no tempo que a criança assiste não tem influência
( ) Não posso afirmar com certeza
13- Qual dos desenhos abaixo você não permitiria uma criança assistir?
( ) South Park
( ) Mr.pickles
( ) Simpsons
( ) Family Guy
( ) Todos
14- Qual era ou ainda é seu desenho animado favorito?
( ) Thundercats
( ) Corrida Maluca
( ) Os Flintstones
( ) Caverna do dragão
( ) Outro
15- Os desenhos animados influenciaram você de alguma forma seja comportamental ou outro aspecto?
( ) Sim
( ) Não
5. QUESTIONÁRIO
1-
Qual a idade da(s)
criança(s)?
( ) De 0 a 3 anos
( ) De 3 a 6 anos
( ) De 6 a 9 anos
( ) De 9 a 12 anos
( ) Acima de 12 anos
2- Qual seu grau de parentesco com a(s) criança(s)?
( ) Pai/Mãe ou Responsável
( ) Irmã(o)
( ) Familiar
( ) Professor
( ) Outros
3- Qual sua idade?
( ) De 0 a 3 anos
( ) De 3 a 6 anos
( ) De 6 a 9 anos
( ) De 9 a 12 anos
( ) Acima de 12 anos
2- Qual seu grau de parentesco com a(s) criança(s)?
( ) Pai/Mãe ou Responsável
( ) Irmã(o)
( ) Familiar
( ) Professor
( ) Outros
3- Qual sua idade?
__________
4- A criança na qual você tem contato assiste desenhos animados?
( ) Sim
( ) Não
5- Que tipo de desenhos animados ela/ele assiste?
( ) Ação
( ) Aventura
( ) Ficção Científica
( ) Educativos
( ) Outros
4- A criança na qual você tem contato assiste desenhos animados?
( ) Sim
( ) Não
5- Que tipo de desenhos animados ela/ele assiste?
( ) Ação
( ) Aventura
( ) Ficção Científica
( ) Educativos
( ) Outros
6-
Quantas horas por dia a criança
assiste desenhos animados?
( ) Menos de uma hora
( ) De uma a duas horas
( ) De duas a quatro horas
( ) De quatro a seis horas
( ) Acima de seis horas
( ) Outro:
7- Você notou algum comportamento positivo na criança influenciada pelo desenho animado que ela assiste?
( ) Sim, respeito por outros amigos dela
( ) Sim, respeito por pessoas idosas
( ) Sim, passou a gostar de esportes e atividades físicas
( ) Sim, tem uma alimentação saudável
( ) Sim, outras boas influências
( ) Não, nenhuma influência positiva
8- Você notou algum comportamento negativo influenciado pelo desenho animado que a criança assiste?
( ) Menos de uma hora
( ) De uma a duas horas
( ) De duas a quatro horas
( ) De quatro a seis horas
( ) Acima de seis horas
( ) Outro:
7- Você notou algum comportamento positivo na criança influenciada pelo desenho animado que ela assiste?
( ) Sim, respeito por outros amigos dela
( ) Sim, respeito por pessoas idosas
( ) Sim, passou a gostar de esportes e atividades físicas
( ) Sim, tem uma alimentação saudável
( ) Sim, outras boas influências
( ) Não, nenhuma influência positiva
8- Você notou algum comportamento negativo influenciado pelo desenho animado que a criança assiste?
( ) Sim, violência
( ) Sim, palavrões
( ) Sim, desrespeito
( ) Sim, irritação no comportamento que antes era calmo
( ) Sim, outro aspecto negativo
( ) Não, nenhuma influência negativa
9-
Você acredita que o desenho
animado pode influenciar a criança de alguma forma?
( ) Sim, somente de forma positiva
( ) Sim, de forma positiva se houver controle de quanto ela assiste
( ) Sim, se houver controle de qual gênero ela assiste
( ) Sim, somente de forma positiva
( ) Sim, de forma positiva se houver controle de quanto ela assiste
( ) Sim, se houver controle de qual gênero ela assiste
(
) Sim, tanto de forma positiva como negativa mesmo com controle de
tempo que ela assiste
( ) Não
10- Você proíbe a criança de assistir algum desenho animado devido a possíveis influências negativas?
( ) Sim, desenhos de gênero violento
( ) Sim, desenhos que apresentem formas de desrespeito
( ) Sim, desenhos que satirizem qualquer religião
( ) Sim, qualquer desenho que não seja educativo
( ) Não
11- Qual dos canais abaixo a criança costuma assistir os desenhos animados?
( ) MTV
( ) Discovery Kids
( ) Cartoon Network
( ) TV Cultura
( ) Outros
( ) Não
10- Você proíbe a criança de assistir algum desenho animado devido a possíveis influências negativas?
( ) Sim, desenhos de gênero violento
( ) Sim, desenhos que apresentem formas de desrespeito
( ) Sim, desenhos que satirizem qualquer religião
( ) Sim, qualquer desenho que não seja educativo
( ) Não
11- Qual dos canais abaixo a criança costuma assistir os desenhos animados?
( ) MTV
( ) Discovery Kids
( ) Cartoon Network
( ) TV Cultura
( ) Outros
12-
Você acredita que a quantidade
de horas que a criança assiste desenhos animados influencia no seu
interesse por leitura?
( ) Sim
( ) Não
( ) Depende o tipo de incentivo que ela tem a leitura
( ) Se houver controle dos pais no tempo que a criança assiste não tem influência
( ) Não posso afirmar com certeza
13- Qual dos desenhos abaixo você não permitiria uma criança assistir?
( ) South Park
( ) Mr.pickles
( ) Simpsons
( ) Family Guy
( ) Todos
14- Qual era ou ainda é seu desenho animado favorito?
( ) Thundercats
( ) Corrida Maluca
( ) Os Flintstones
( ) Caverna do dragão
( ) Outro
15- Os desenhos animados influenciaram você de alguma forma seja comportamental ou outro aspecto?
( ) Sim
( ) Não
6.
GRÁFICO DE QUESTÔES
1-
COMENTÁRIO:
A
maioria dos entrevistados tem contato com crianças
de 3 a 6 anos de idade
Metade
dos entrevistados tem contato com crianças de 3 a 9 anos de idade
Apenas
dois professores responderam o questionário
70%
dos entrevistados aproximadamente são familiares e irmãos das
crianças
3-
COMENTÁRIO:
A
maioria
dos entrevistados estão
entre 12 e 25 anos, pois os integrantes do grupo encaminharam
mensagens para seus amigos que estão
nessa faixa de idade. Apenas
2 pessoas entrevistadas estão entre 77 e 90 anos.

4-
COMENTÁRIO:
Apenas
3% dos entrevistados afirma que as crianças que tem contato não
assistem desenhos. Podemos
afirmar que os desenhos animados estão muito presente na vida das
crianças até 12 anos
5-
Podemos
concluir então que a maioria das crianças assiste Desenhos
animados de gênero “Aventura”, e em segundo lugar, “Educativos”.
6-
45%
dos entrevistados tem contato com crianças que assistem de uma a
duas horas. Mais
70% dos entrevistados afirma que as crianças assistem de uma a
quatro horas
43%
dos entrevistados afirmou notar uma boa influência pelo desenho
animado na criança que tem contato. Apenas
1% dos entrevistados notou boas influências nas crianças quanto ao
comportamento em relação aos idosos
8-
COMENTÁRIO:
A
maioria dos entrevistados afirmam não notar alguma influência
negativa pelo fato de a criança assistir desenhos animados
Menos
de 10 dos entrevistados alegam ter notado que a criança passou a
proferir palavrões por influência dos desenhos que ela assiste
Aproximadamente
12% dos entrevistados notaram um aspecto negativo no comportamento da
criança mas não violento.
9-
9-
COMENTÁRIO:
A
maioria dos entrevistados afirma que a influência pode ocorrer tanto
de forma positiva quanto negativa.
Menos
de 10% acredita que não exista nenhum tipo de influência na
criança, por causa dos desenhos que ela assiste
Mais
de 20% dos entrevistados acreditam que os desenhos animados só podem
influenciar de forma positiva
10-
A mesma porcentagem de pessoas que não proíbem por nenhum motivo, proíbem por conter violência.
A forma que menos influência é desenhos que satirizam qualquer religião.
A maioria que responderam o questionário acham que desenhos que satirizam qualquer religião não seja tão importante quanto outros gêneros.
11-
O canal de televisão que as crianças mais assiste é: Discovery kids
O canal de televisão que a criança menos assiste é: MTV
Os canais Cartoon Network e Discovery Kids mesmos sendo pago tem uma grande quantidade
12-
COMENTÁRIO:
A
maioria dos entrevistados acreditam que depende do incentivo recebido
pela criança quanto a leitura
Apenas
8% dos entrevistados acredita ser necessário controle dos pais para
o tempo que a criança assiste desenhos
13-
COMENTÁRIO:
A
maioria dos entrevistados não permitem assistir todos estes desenhos
Apenas
8% dos entrevistados deixariam assistir o desenho Family Guy
14-
COMENTÁRIO:
Aproximadamente
metade das pessoas que responderam a este questionário tem/teve
outro desenho animado como o preferido.
Dos
desenhos animados preferidos, Thundercats é o menos preferido.
Os
Flintstones e Caverna do Dragão, encontram-se aproximadamente
empatado.
15-
Houve
uma grande porcentagem de pessoas que afirmam ter sido influenciadas
pelos desenhos
animados.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bica Imagina. Desenhos animados: boa ou má influência. Julho de 2011. Disponível em <http://bica.imagina.pt/2011/desenhos-animados-boa-ou-ma-influencia/
Acesso
em: 29/05/2016.
Estação
Bebê. Como um desenho animado pode influenciar seu filho?. Junho
de 2016. Disponível em
<http://www.ebb.com.br/mostrar_dica.php?ref=399
Acesso
em: 29/05/2016
Ana
Lúcia de Oliveira. As crianças e a violência na televisão.
Disponível
em <http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fe5.htm
Acesso
em: 29/05/2016